PARA PENSAR
“A menos que abramos as portas de nossas casas uns aos outros, a realidade da Igreja que Jesus edificou como sendo uma família de irmãos e irmãs amorosos é apenas uma teoria”

"Desinstitucionalizados sim, desigrejados jamais, desviados nunca. Somos a igreja de Cristo “juntamente com todos os que, em toda parte, invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso.” (1Co 1.2)" Por seu Reino!

Se alguém comemorou o Dia da Reforma Protestante exaltando a Lutero e sua obra e luta, mas condena os "desigrejados" de nossos dias, esse alguém não entendeu nada!

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

O Mistério


A igreja é um mistério. Como todo mistério ela é algo oculto e isto significa que você não a encontrará através de placas ou em anúncios luminosos. 
…Jesus lhes respondeu: Não vem o reino de Deus com visível aparência. Nem dirão: Ei-lo aqui! Ou: Lá está! Porque o reino de Deus está dentro de vós” (Lucas 17:20-21) 
A igreja existe, vive e se expressa de forma oculta dentro de homens e mulheres que permitem que o Rei do Reino dos Céus governe suas vidas. Por isso, a igreja sempre terá esses dois aspectos: uma realidade interior e uma expressão exterior. E possível, contudo, haver uma expressão exterior sem uma realidade interior, mas isso veremos em outros tópicos (Pedras no Caminho).
Além disso, a igreja não é qualquer mistério; a igreja é o mistério de Cristo. Quando Cristo veio a esta Terra trouxe consigo esse mistério que Ele compartilhava com o Pai; era algo oculto nEle e somente o Filho poderia revelá-lo:
(…) pois, segundo uma revelação, me foi dado conhecer o mistério, conforme escrevi há pouco, resumidamente; pelo que, quando ledes, podeis compreender o meu discernimento do mistério de Cristo, o qual, em outras gerações, não foi dado a conhecer aos filhos dos homens, como, agora, foi revelado aos seus santos apóstolos e profetas, no Espírito … (Ef. 3:3-6)
 
O Senhor Jesus andou com seus apóstolos e discípulos; Ele comeu com eles, dormiu com eles, visitou pessoas, hospedou-se na casa delas, participou de banquetes, pregou o Evangelho do Reino, conversou e fez muitas coisas com eles (Jo 21:25)… e, de uma forma gradual e maravilhosa, algo foi sendo revelado dentro eles. Essas pessoas que conviveram com Jesus foram chamadas por Ele mesmo de Sua ekklesia, isto é, sua reunião (assembléia ou comunidade), formada pela revelação de Cristo em pedras vivas:
“…Tu és uma pedra, e sobre esta rocha (da revelação de Cristo), Eu edificarei a minha igreja” (Mt 16:18)
Então, após sua ressurreição, o Senhor soprou essa sua vida ressurreta para dentro dos seus discípulos:
Disse-lhes, pois, Jesus outra vez: Paz seja convosco! Assim como o Pai me enviou, eu também vos envio. E, havendo dito isto, soprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo (Jo 20:21-22)
 
O Espírito Santo mesclando-se ao espírito dos discípulos corporificou o mistério de Cristo e produziu a igreja, o Reino de Deus, tornando-a conhecida e visível nesta Terra! Embora a igreja, do ponto de vista interior ou essencial, tivesse sido gerada naquele momento pelo sopro do Senhor, ela ainda estava tímida. Em Jerusalém ainda pairava um clima de conspiração e perseguição. A crucificação ainda era um fato recente. Os discípulos ainda estavam temerosos, embora já possuíssem o Espírito no seu espírito. Então, o Senhor ressurreto caminhou com eles, aparecendo e desaparecendo, visitando um aqui e outro ali, tendo sido visto até por quinhentos irmãos ao mesmo tempo:
 
Antes de tudo, vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras. E apareceu a Cefas e, depois, aos doze. Depois, foi visto por mais de quinhentos irmãos de uma só vez, dos quais a maioria sobrevive até agora; porém alguns já dormem. Depois, foi visto por Tiago, mais tarde, por todos os apóstolos e, afinal, depois de todos, foi visto também por mim, como por um nascido fora de tempo (1 Co 15:3-8)
 
O Senhor então precisou voltar fisicamente para junto do Pai, mas o que fazer com a igreja? E a igreja, o que fazer sem a presença física do Senhor? De um lado, o Senhor estava ansioso para voltar para a maravilhosa comunhão com o Pai; por outro, os discípulos estavam perdendo a companhia física do seu “amigo”, “senhor” e “amado”. Teriam eles lembrado da oração do Senhor?
 
É por eles que eu rogo; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus; ora, todas as minhas coisas são tuas, e as tuas coisas são minhas; e, neles, eu sou glorificado. Já não estou no mundo, mas eles continuam no mundo, ao passo que eu vou para junto de ti. Pai santo, guarda-os em teu nome, que me deste, para que eles sejam um, assim como nós (Jo 17:9-11).
 
O Senhor estava orando ao Pai para que a mesma unidade que Eles mantinham, a igreja também possuísse. Pense bem: a unidade do Pai com o Filho seria a mesma unidade da igreja com o Filho e com o Pai! Que unidade plena e maravilhosa! Nessa unidade, o Senhor não estaria longe deles, nem eles longe do Senhor e ambos, o Senhor e eles estariam dentro da comunhão do Pai, gozando de uma relacionamento celestial, perfeito, pleno e maravilhoso. Essa unidade seria algo tão impactante que o mundo, embora corrompido, não teria outra alternativa a não ser CRER!
 
(…) a fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste (Jo 17:21).
O que vimos e ouvimos, isso vos anunciamos, para que também tenhais comunhão conosco; e a nossa comunhão é com o Pai, e com seu Filho Jesus Cristo (1 Jo 1:3).
Mas essa unidade plena ainda precisava de uma manifestação exterior que impactasse os céticos moradores de Jerusalém: o batismo no Espírito Santo:
 
E, comendo com eles, determinou-lhes que não se ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai, a qual, disse ele, de mim ouvistes. Porque João, na verdade, imergiu em água, mas vós sereis imergidos no Espírito Santo, não muito depois destes dias (At 1:4-5).
Esse fato foi consumado no dia de pentecostes, quando os discípulos foram cheios do Espírito Santo (At 2: 4). Eles que já estavam cheios interiormente e agora também foram cheios exteriormente. Interiormente possuíam uma nova vida, exteriormente teriam poder; interiormente tinham fé, amor e esperança; exteriormente tinham autoridade, intrepidez e ousadia para enfrentar qualquer perigo e até mesmo a morte, como, de fato, tiveram de enfrentar anos depois.
Entretanto, não vemos Jesus pregando a respeito da igreja ou orientando as pessoas a como viver a vida da igreja. Jesus fez apenas duas referências a respeito de igreja: na primeira disse que Ele próprio a edificaria, isto é, a edificação da igreja não foi terceirizada; na segunda, Ele disse que, quando tivermos problemas com irmãos e não pudermos resolver sozinhos, podemos pedir ajuda aos demais irmãos. Fora essas duas referências, a ênfase do Senhor era o relacionamento com Ele, com o Pai e uns com os outros. Quando você lê, por exemplo, Mateus, capítulos 5, 6 e 7, você não vê um relacionamento congregacional – você vê atitudes com relação ao seu próximo. Mas essas atitudes não são fruto do esforço natural – elas são o resultado do crescimento da vida divina no crente. Quanto mais vida houver, e para haver vida é necessário o trabalhar da cruz, mais haverá uma expressão saudável da igreja – não como uma grande congregação – mas como “uns aos outros”, isto é, nosso relacionamento com o próximo será a nossa vida da igreja.
Alguns irmãos tem perguntado: - como podemos viver a vida da igreja? Mas não há receitas prontas. Tudo o que sabemos é apenas que a igreja é o resultado do relacionamento sincero e real com Cristo, o cabeça. Sem esse relacionamento, não há igreja. Pode haver um ajuntamento de pessoas em encontros sociais tratando de assuntos bíblicos – mas isso não é igreja de acordo com o Novo Testamento, uma vez que não encontra guarida nas metáforas utilizadas na Bíblia: a família de Deus, o Corpo de Cristo, o Novo Homem, a Noiva do Cordeiro, um candelabro de ouro etc. Ao invés de gastar tempo em busca de fórmulas a respeito da igreja, não seria mais interessante seguir os passos do Senhor no seu relacionamento com o Pai e uns com os outros?  

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