PARA PENSAR
“A menos que abramos as portas de nossas casas uns aos outros, a realidade da Igreja que Jesus edificou como sendo uma família de irmãos e irmãs amorosos é apenas uma teoria”

"Desinstitucionalizados sim, desigrejados jamais, desviados nunca. Somos a igreja de Cristo “juntamente com todos os que, em toda parte, invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso.” (1Co 1.2)" Por seu Reino!

Se alguém comemorou o Dia da Reforma Protestante exaltando a Lutero e sua obra e luta, mas condena os "desigrejados" de nossos dias, esse alguém não entendeu nada!

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Quem é sua igreja?


Por Augusto Guedes


Cada vez mais me fascina essa pergunta, embora não encontre quem a faça andando por aí, quer nos meios chamados seculares ou religiosos. Talvez porque, apesar de concordarmos com o fato de que igreja são pessoas, infelizmente nos acostumamos a olhar para ela como organizações, doutrinas, processos, métodos, causas, estilos ou culturas religiosas, modelos, denominações, estruturas, e, é claro, prédios.

Muito mais do que identificar uma localidade geográfica onde os “fiéis” se reúnem; ou um credo ou conjunto de crenças e valores; ou uma determinada denominação que traduza aspectos comportamentais e/ou doutrinários; ou mesmo uma causa a ser defendida e propagada; responder à pergunta: “quem é sua igreja?” requer o desenvolvimento de relacionamentos saudáveis e seguros, pautados na prática de princípios cristãos, unidos pelo reconhecimento de Jesus como o Senhor e Redentor, e pelo propósito de glorificar o Pai.

Outro dia encontrei minha igreja em Curitiba, ao ser acolhido por um casal amigo em sua casa. Também na viagem até lá, quando juntos, eu, Aninha, e outro casal de irmãos queridos passamos quase dez horas para chegar a partir de São Paulo, face um enorme engarrafamento provocado por um acidente. Há cerca de dez anos, um grupo de amigos se reuniu conosco em São Paulo para orar por nossa família num momento de grande dificuldade. Na mesma época, em Natal, fomos acolhidos de forma singular por uma família que nos trouxe ânimo. Nunca esqueci! Recentemente, em Brasília, minha igreja nos pegou no aeroporto para, em apenas algumas poucas horas, conhecer a cidade, dentro de um carro apertado pelo número de pessoas e movido pela alegria e pelo prazer do reencontro... Foi só parar para comer e o ‘repartir vida’ já começou a acontecer. Aconteceu também, outro dia, com uma amiga que veio de Goiânia a trabalho. E porque não lembrar, de quando encontrei a minha igreja em Belo Horizonte, Guarapari, Ponta de Mangue-AL, Paudalho-PE, várias outras vezes em São Paulo, Recife ou Fortaleza, cidade onde moro, nas mais diferentes situações e ocasiões, algumas difíceis e tristes, outras alegres e encorajadoras, porém, sempre marcadas por momentos fortes que confirmam laços de amor traduzidos em acolhimento, amizade, respeito, valorização da vida e do ser, e busca pelo desfrute da companhia do Pai, por sermos de uma mesma família.

Aliás, é na espontaneidade de como se encontra uma família que tenho aprendido a me reunir com a minha igreja mais freqüente nos últimos anos, alguns que habitualmente se encontram nas casas uns dos outros, para simplesmente “ser igreja”, sem obrigações religiosas e nem programações prévias, quando nos edificamos mutuamente no exercício espontâneo e natural dos dons, no compartilhar da vida, do alimento à mesa, do relacionamento com a Palavra, dos conselhos recíprocos, das orações uns pelos outros, dos cânticos entoados em louvor a Jesus, do partir do pão e beber do vinho para relembrar a Sua morte e celebrar a vida que n´Ele há. Tendo por referenciais aqueles que mais inspiram a caminhada no evangelho, normalmente os mais ‘rodados’, tudo isso, sem nenhuma pretensão de, em seguida, instituir algo, ou de revolucionar nada. Apenas como uma família de amigos, que juntos buscam seguir a Jesus, amar os outros e viver o Reino de Deus.

Afinal, "uma boa conversa é um processo em que cada um dá vida ao outro e sentido para continuar, celebrar juntos, ficar tristes juntos e inspirar um ao outro" (menção no livro ‘Oração’, de Henri Nouwen)

Com isso, o prazer pelo envolvimento mútuo vai crescendo, a ponto de desejarmos nos encontrar também em outros momentos do cotidiano, como ambientes de trabalho, restaurantes, lanchonetes, viagens, sítios, praias, ou seja, “no caminho”... o que pode gerar inúmeras possibilidades de edificação da igreja, fazendo-nos, inclusive, enxergá-la com outros olhos, a ponto de, na perspectiva bíblica e real, podermos não só vislumbrar, mas, mais facilmente responder à pergunta: “quem é sua igreja?”.

Nesse aspecto, parece que o homem natural busca essa ‘igreja’ que inspira o abrir do coração, possibilitando valorizar o ser e a segurança de relacionamento, a ponto de encher os bares das ruas no disfarce de tomar uma cerveja, ou os “templos” das religiões no anseio de encontrar respostas. Não sabe ele que essa ‘igreja’ pode estar além desses dois ambientes. Na realidade, em qualquer lugar onde aqueles que são selados com o Espírito de Deus estiverem para “curar, ministrar, salvar, quebrantar os corações, proclamar libertação, e consolar todos os que choram”.

Mas não será que também necessitamos dessa igreja?... Quem são aqueles com quem conseguimos uma conexão tal a ponto de juntos desfrutarmos da presença do Pai, quer nas coisas simples do cotidiano, quer na complexidade dos nossos enganosos corações, numa relação de amizade segura e envolvimento mútuo? Quem são aqueles a quem podemos pedir orações, na certeza de que estarão comprometidos em fazê-lo? Com quem sentimos liberdade para orar livremente? Com quem podemos ser quem realmente somos? Com quem conseguimos conversar sobre os nossos pecados sem o medo de sermos de alguma forma condenados? Quem está disposto a nos acolher com graça, e vive-versa? Com quem estamos dispostos a dividir parte do nosso dinheiro, se necessário for? Com quem sabemos que podemos contar nos momentos de dor e sofrimento? Quem está disposto a manter laços de relacionamentos que independem do tempo, da distância, das diferenças de pensamentos, ou daquilo que representamos ou podemos realizar? Com quem sentimos prazer em estar para viver a vida com o propósito comum de glorificar o Pai? Com quem desejamos e conseguimos desenvolver laços de envolvimento e afeto mútuos, como de uma família? Quem é sua família espiritual? Quem é sua igreja?


Augusto Guedes é pernambucano, nascido em família cristã evangélica, fundador do Instituto Ser Adorador (ISA), e participa liderando uma comunidade de discípulos que se reúne principalmente nos lares, na cidade de Fortaleza-CE.
(Fonte: http://www.cristianismocriativo.com.br/)

Um comentário:

  1. Orar confessando e absorvendo o Senhor em nós
    A oração adequada é uma oração em que desfrutamos o Senhor, bebendo-O e respirando-O. Essa é a primeira coisa que deveríamos fazer quando vamos orar. Se algo nos impede de orar assim, devemos perceber que há algo errado entre nós e o Senhor, e lidar com isso, confessando. deveríamos dizer: "Senhor, deve haver algo errado comigo. Revela-me o que é". Se estivermos abertos ao Senhor,o Espírito Santo nos dará o sentimento de que estamos errados em determinadas coisas. Devemos, então, seguir esse sentimento e confessar nossos erros e aplicar o sangue do Senhor. Se depois disso ainda tivermos o sentimento de que algo nos impede, mas não sabemos o quê, devemos pedir ao Senhor que nos cubra e purifique de qualquer coisa com seu sangue precioso. Podemos firmar-nos sob a purificação do Seu sangue, pela fé. Então, imediatamente devemos esquecer esse sentimento de frustração, olhar para o Senhor e absorver algo Dele. Precisamos aprender a desfrutar o Senhor dessa forma.

    Precisamos usar algum tempo para absorver o Senhor. Não podemos fazê-lo apressadamente. Devemos esperar no Senhor e falar algo a respeito Dele. Isso é respirá-Lo. A princípio não deveríamos orar por muitas coisas que estão na memória. Quando nos aproximamos do Senhor, precisamos esquecer tais coisas e não ter encargo por nada que não seja o próprio Senhor. Devemos simplesmente contatá-Lo, respirá-Lo e desfrutá-Lo.

    Extraído do Livro: Desfrutar Cristo como a Palavra e o Espírito por meio da oração

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