PARA PENSAR
“A menos que abramos as portas de nossas casas uns aos outros, a realidade da Igreja que Jesus edificou como sendo uma família de irmãos e irmãs amorosos é apenas uma teoria”

"Desinstitucionalizados sim, desigrejados jamais, desviados nunca. Somos a igreja de Cristo “juntamente com todos os que, em toda parte, invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso.” (1Co 1.2)" Por seu Reino!

Se alguém comemorou o Dia da Reforma Protestante exaltando a Lutero e sua obra e luta, mas condena os "desigrejados" de nossos dias, esse alguém não entendeu nada!

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Igreja nos lares


A melhor definição para a Igreja nos lares foi dada pelos irmãos de Barueri-SP:

Somos uma comunhão de grupos cristãos espalhados pelo Brasil. Grupos familiares que se reúnem nas casas. Não temos uma sede, templo ou denominação. Tampouco somos igreja em células.

Reunimo-nos localmente em famílias (sempre em número adequado às instalações de uma residência). As reuniões dispensam algumas das liturgias encontradas nos templos. Tentamos, tanto quanto possível, não trazer o templo para dentro das casas. Acreditamos que a igreja doméstica tem, conforme o Novo Testamento, a sua liturgia característica. Esse modelo tem favorecido a formação de muitas pessoas em condições de hospedar igrejas em suas casas. Temos buscado de Deus cada vez mais o significado de uma liderança plural.

Alguns conceitos estão sendo muito trabalhados em nosso meio: por exemplo, a diferença entre “ser igreja” e “ir à igreja”; “atrair as pessoas para a igreja” versus “levar a igreja às pessoas” (IDE); “achar casas dignas” e, conseqüentemente, pessoas dignas que hospedem igrejas e sejam pastores para ovelhas órfãs e perdidas, conforme o ministério de Paulo (At 13, At 14; Mt 10); “o homem integral” (viver, na prática, a integralização da vida cristã, em todos os ambientes onde ela acontece).

Estamos em busca da igreja Gloriosa que Efésios nos apresenta. Não se trata de um novo movimento ou “mover”, mas da igreja “fraca”, destituída de justiça própria, de arrogância, de controle humano, totalmente dependente do Cordeiro, dirigida pelo Espírito Santo, uma igreja sob o “espírito e poder de Elias” para converter o coração dos pais aos filhos e dos filhos aos pais. O que não quer dizer que não temos dificuldades. Há muitas relutâncias para entender a vocação da parte de muitos. Sem sermos dogmaticamente inflexíveis, temos procurado andar naquilo que Deus tem nos ensinado. Procuramos praticar e incentivar largamente o “Ministério ao Senhor” em nosso meio: reuniões para “ouvirmos de Deus”, para buscarmos os interesses de Deus e não os nossos e imediatos. Temos procurado ardentemente chegar ao máximo de organismo e ao mínimo de organização. Estamos indo nesta direção. Foi um grande “achado” entender que em cada lar se reúne uma igreja que funciona em tempo integral. Pais, mães e filhos (principalmente estes) atuam, uns nas vidas dos outros, como medida de proteção contra o orgulho e a hipocrisia espirituais. Neste ambiente, não dá para colocar máscaras, sob pena de tê-las arrancadas por pessoas que tão bem nos conhecem. As muitas reuniõezinhas semanais (algumas delas ocorrendo em meio às refeições) são celebradas em reuniões semanais maiores (de, no máximo, 4 ou 5 famílias), com o propósito de adoração, aprofundamento na palavra e comunhão.

No livro de Atos dos Apóstolos podemos notar as reuniões diárias dos cristãos no Templo em Jerusalém. Por essa razão, supõe-se a forma de cultos no mesmo padrão litúrgico dos dias de hoje. Entretanto, o Templo era exclusivo aos serviços religiosos judaicos, e, mesmo sendo judeus, os primeiros cristãos jamais obtiveram êxito em reformar sua liturgia. Havia muitos cristãos em outras cidades, mas somente em Jerusalém existia o templo – destruído no ano 70dC e sem prejuízo para o cristianismo local. Uma infinidade de passagens bíblicas comprova que famílias hospedavam as igrejas em seus lares. Assim, nos primeiros 150 anos após a morte de Cristo, essa era a rotina das famílias cristãs. Após esse período, essas famílias foram deixando suas residências e destinaram-nas para uso das comunidades. Só depois de 300 anos é que foi construída a primeira Basílica.

Para nós a questão de possuir um templo era financeiramente impossível, mas isso nos permitiu enxergar que, além de uma “biblicidade” questionável, ele era desnecessário. Nossa experiência em “evitar o templo” têm nos ensinado a caminhar baseados na providência divina contribuindo com a ilimitada ação do Espírito Santo. A reunião nos lares precisa facilitar a autêntica prática da vida cristã. Essa é sua principal função. A razão de tudo deve estar apenas no fato de sermos canal de benção para muitas vidas. Que esta experiência seja a prova de que é possível ser igreja em todos os lugares e que os diferentes tipos de culto estão unidos em um só propósito: ver e revelar o grandioso amor do Pai.

Para saber mais sobre a Igreja nos lares, temos à disposição o material a seguir:

Recomendamos também a leitura dos livros "Casas que transformam o mundo", de Wolfgang Simson, e "Mãe de muitos filhos", de Maurício Bronzatto, que narra a biografia do casal Offini e Elza Franco, que foram os pioneiros em estabelecer igrejas domésticas no Brasil.

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