PARA PENSAR
“A menos que abramos as portas de nossas casas uns aos outros, a realidade da Igreja que Jesus edificou como sendo uma família de irmãos e irmãs amorosos é apenas uma teoria”

"Desinstitucionalizados sim, desigrejados jamais, desviados nunca. Somos a igreja de Cristo “juntamente com todos os que, em toda parte, invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso.” (1Co 1.2)" Por seu Reino!

Se alguém comemorou o Dia da Reforma Protestante exaltando a Lutero e sua obra e luta, mas condena os "desigrejados" de nossos dias, esse alguém não entendeu nada!

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

A Igreja Como Família (Frank E. Viola)



(Esta é uma transcrição de um trecho do capítulo 5 do livro “Reimaginando a Igreja” de Frank A. Viola. Artigo traduzido por Marcio Rocha)

Eu pertencia a uma das maiores igrejas pentecostais do estado da Flórida. Ela era incrivelmente saudável. Eu era muito amigo de uma família que participava lá. Eles eram muito pobres.
A cena a seguir está gravada em minha mente para sempre. Eu estava sentado na sala de estar da casa desses meus amigos, no escuro, com a esposa dele e seus quatro filhos. Nós ligamos uma lanterna e acendemos algumas velas. Por que eles estavam sentados no escuro? Porque eles não puderam pagar a conta de luz daquele mês, e a energia foi cortada.

A igreja “saudável” à qual nós pertencíamos não deu a esse homem nem à sua família nem um centavo. Na época, achei isto ultrajante. O engraçado é que ainda acho. Aquele incidente foi a gota d’água para mim. Pouco tempo depois eu deixei o Cristianismo institucional para nunca mais voltar. E eu comecei minha jornada rumo à vida na igreja orgânica.

Quando eu relembro as igrejas orgânicas com as quais eu tenho me reunido nas últimas duas décadas, muitas cenas enchem a minha mente. Eu me lembro do quão fielmente os membros daquelas igrejas incorporaram a família de Deus. Eu posso me lembrar de uma época em que uma dessas famílias sustentou financeiramente um casal e seus filhos por vários meses porque o marido sofreu um calote, não tinha seguro, e não pôde trabalhar por um tempo.

Outra cena vem à minha mente. Uma irmã ficou doente e não podia dirigir. Os irmãos solteiros da igreja fizeram um rodízio, dirigindo para ela, levando-a as consultas e exames médicos e a outros lugares para suprir suas necessidades. As irmãs fizeram comida para ela. Isto ocorreu por muitas semanas.

Eu posso me lembrar de outra ocasião, quando uma igreja chorou e lamentou com um irmão que passou por uma tragédia familiar. Todos os crentes ficaram ao lado dele por várias semanas, cuidando de suas necessidades.

Estou lembrado de outra ocasião em uma igreja nos lares, quando uma irmã entrou em depressão, e os outros irmãos cuidaram da casa dela, limpando o chão, entretendo as crianças, colocando as roupas na máquina e passando ferro, cozinhando etc. até ela levantar da depressão. Eu posso pensar em outra, quando uma igreja orgânica se recusou a desistir de um irmão que caiu em pecado, e o amou até trazê-lo de volta ao Senhor. Eu tenho vivas memórias de como os membros dessas igrejas orgânicas se viam muitas vezes no meio da semana – comendo juntos, divertindo-se juntos, rindo juntos, brincando juntos, trabalhando juntos, ajudando-se nas tarefas uns dos outros, e compartilhando suas vidas uns com os outros.

Ainda outras cenas enchem minha mente. Irmãos solteiros cuidando voluntariamente de crianças de jovens casais da igreja, para que os pais pudessem relaxar e sair para jantar romanticamente. As crianças da igreja brincando juntas na praia, em pic-nics, e nos quintais das casas dos irmãos. Refeições compartilhadas onde as crianças sentavam-se juntinho aos seus pais, ouvindo-os falarem entusiasticamente uns aos outros sobre o Senhor – e então, ao retornarem aos seus lares, perguntavam às suas mamães e papais sobre o que ouviram.

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