PARA PENSAR
“A menos que abramos as portas de nossas casas uns aos outros, a realidade da Igreja que Jesus edificou como sendo uma família de irmãos e irmãs amorosos é apenas uma teoria”

"Desinstitucionalizados sim, desigrejados jamais, desviados nunca. Somos a igreja de Cristo “juntamente com todos os que, em toda parte, invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso.” (1Co 1.2)" Por seu Reino!

Se alguém comemorou o Dia da Reforma Protestante exaltando a Lutero e sua obra e luta, mas condena os "desigrejados" de nossos dias, esse alguém não entendeu nada!

domingo, 31 de julho de 2011

Dons proféticos

Publicado por Hugo em 31/7/11 • Categoria: Vinho Novo

Por Ezequiel Netto:

Estamos vivendo na era do Espírito Santo! Segundo o profeta Joel e em seguida confirmado pelo apostolo Pedro, o período entre o dia de pentecostes e a 2ª vinda de Jesus seria caracterizado por uma intensa e variada manifestação do Espírito de Deus.

E acontecerá, depois, que derramarei o meu Espírito sobre toda a carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos velhos sonharão, e vossos jovens terão visões; até sobre os servos e sobre as servas derramarei o meu Espírito naqueles dias (Joel 2.28-29).

Pedro acrescenta “… e profetizarão” no final desta passagem.

Então, se este argumento é verdadeiro, acreditamos que a igreja que anda em comunhão com Deus, e está alinhada com seus propósitos, cada um de seus membros experimentará todo esse mover.

Mas ainda hoje existe muita ignorância em relação aos dons do Espírito Santo e todo o seu mover.

A respeito dos dons espirituais, não quero, irmãos, que sejais ignorantes (1 Co 12.1).

Por isso, desde 2002 venho pesquisando sobre este assunto, com objetivo de experimentarmos tudo o que Deus tem para nós a cerca dos dons espirituais, a fim de que todo o corpo de Cristo possa ser edificado. São poucos os livros que tratam dos dons do Espírito de forma prática, mas podemos garimpar verdadeiras preciosidades nas boas livrarias. A partir deste artigo, estaremos tratando sobre vários aspectos deste tema, a partir do estudo de alguns destes livros, e também baseando-se em experiências adquiridas em diversas localidades onde o curso “Desenvolvendo os Dons Proféticos” foi ministrado.

A palavra grega traduzida como dom espiritual em 1 Coríntios é charismata, que significa habilidades, ferramentas ou capacitações sobrenaturais, dadas pelo Espírito Santo, para a edificação da igreja. Da mesma forma que as armas são fornecidas a um soldado para a batalha, a igreja, como Corpo de Cristo, não pode combater o bom combate, ou atuar em regiões celestiais, sem operar com poder e revelação sobrenaturais da parte de Deus. Só com estas poucas linhas já podemos perceber a importância destas ferramentas e que certamente existem estratégias do inimigo gerando confusão em nosso meio para que não as utilizemos corretamente.

Neste estudo estaremos tratando apenas dos 4 dons considerados proféticos, na relação dos nove dons citados em 1 Co 12. São eles:

  • Palavra de sabedoria
  • Palavra de conhecimento
  • Discernimento de espíritos
  • Profecia

Profecia

É o falar sob a influência sobrenatural do Espírito Santo, declarando os pensamentos e propósito de Deus (significado da palavra grega “profeteia” usada em 1 Co 12:10), em relação ao presente, passado ou futuro. Profetizar é basicamente “ouvir” o que Deus está falando (através de uma revelação) e em seguida transmitir esta informação. Os objetivos da profecia (I Co 14:3) são:

  • Edificar (termo usado em arquitetura, que descreve uma construção, ereção, colocação de pedras em seu lugar apropriado). É fundamental que construamos a igreja com materiais de qualidade (dons e ministérios) e não com feno, madeira, palha (I Co 3:10-15).
  • Exortar (incitar, encorajar, aconselhar e prevenir veemente)
  • Consolar (falar íntimo, conforto, falar com alto grau de ternura)

A Bíblia não oferece apoio para profecias com outros objetivos além destes três citados. Não cabe ao profeta trazer repreensão, expor pecados, ungir ministérios, dizer com quem alguém vai se casar, ou quando terá filhos, nem exercer governo sobre a igreja. Existem na igreja outros ministérios, e cada um com sua função. Quem quer ser um bom profeta deve se limitar ao seu campo de autoridade – estar sensível à voz de Deus e trazer palavras que edifiquem, encorajam e consolam aos irmãos.

Profetizar também não é pregar ou ensinar a Palavra. Não existe justificativa para se traduzir a palavra profecia como pregação, pois as Escrituras usam palavras diferentes para estas ações. A profecia traz a marca óbvia e inequívoca de uma operação sobrenatural, não se relacionando com o talento ou habilidade naturais para pregar ou ensinar. Apesar de Deus poder usar um pregador profeticamente, fazendo com que este mude o curso de seu sermão, ou enfatize alguns pontos e nem cite alguns outros, todo sermão deve ser preparado de antemão, a partir do estudo da Bíblia e um período devocional de oração. Não devemos tentar ao Senhor, querendo forçá-lo a nos revelar algo durante uma reunião que assumimos a responsabilidade de pregar a Palavra.

Alguém pode argumentar que qualquer coisa que fizermos para um irmão terá sempre o objetivo de edificar, encorajar ou consolar, e isto inclui atividades que dependem do aprendizado ou esforço humano. Mas não podemos esquecer que a profecia depende de uma revelação de Deus, da informação que nos é dada sem a participação de meios naturais.

Palavra de Conhecimento

A Bíblia não traz explicações claras sobre este dom, e ele é citado apenas em 1 Coríntios 12. Mas segundo os renovados (e acreditamos também desta forma), é a comunicação de informações e fatos que não foram obtidos a partir de nenhum elemento humano. É obter por meio de revelação, uma informação sobre um fato, lugar ou acontecimento relacionados com uma pessoa, onde não havia conhecimento prévio nem sendo obtido por meios naturais. Pode-se conhecer o nome, profissão, datas, estado físico ou emocional da pessoa, além de detalhes da sua vida ou qualquer outra informação. Em muitas situações é usada por Deus para preparar o coração da pessoa para receber a proclamação do evangelho, não sendo em si a mensagem principal. Em Jo 4 vemos como uma palavra de conhecimento trazida por Jesus à mulher samaritana pode converter toda uma cidade.

Se, pois, toda a igreja se reunir no mesmo lugar, e todos se puserem a falar em outras línguas, no caso de entrarem indoutos ou incrédulos, não dirão, porventura, que estais loucos? Porém, se todos profetizarem, e entrar algum incrédulo ou indouto, é ele por todos convencido e por todos julgado; tornam-se-lhe manifestos os segredos do coração, e, assim, prostrando-se com a face em terra, adorará a Deus, testemunhando que Deus está, de fato, no meio de vós. (I Co 14:23-25)

Obs: Tanto a mulher samaritana quanto o apóstolo Paulo chamaram estas manifestações de profecia, e não de palavra de conhecimento. Mas manteremos esta definição neste estudo pois sua compreensão desta forma fica facilitada.

Palavra de Sabedoria

É a sabedoria sobrenatural, dada por Deus, não podendo ser obtida através do estudo ou experiência. Não é uma palavra sábia, mas a palavra de sabedoria vinda do Espírito Santo. Revela a vontade, o plano ou propósito de Deus para uma situação específica. É diretiva por natureza, pois contem uma percepção profética do que deve ser feito em determinada situação. Pode não causar o mesmo impacto de uma palavra de conhecimento, mas sua necessidade e utilidade podem ser maior, devido a orientação de Deus sobre o que devemos fazer em uma situação específica. É uma efusão de sabedoria que funciona ao lidarmos com problemas pessoais e situações complexas.

Em At 27 Paulo recebe uma palavra de conhecimento (vs. 10), uma profecia (22) e uma palavra de sabedoria (30-31).

Discernimento de Espíritos

A palavra espírito é mencionada 990 vezes na Bíblia. Na realidade, toda vida é espírito. Pode estar relacionada a anjos, demônios, Espírito Santo, unção, influências humanas, atitudes. Discernir significa distinguir, estabelecer diferença entre duas ou mais coisas. Então, discernimento de espíritos é a habilidade ou capacidade dada por Deus em reconhecer a identidade, a personalidade e a condição do que de fato está presente, dentre os possíveis diferentes espíritos ou unções. Identificar a presença demoníaca é apenas um aspecto deste dom, que também pode identificar dons espirituais ou chamados, além de funcionar como palavra de conhecimento na cura, trazer o propósito de Deus para uma reunião, revela a situação do coração de uma pessoa, identifica atividades angelicais, etc. (At 16:17-18).

A pessoa que tem este dom pode funcionar em vários níveis diferentes. Uma pessoa pode atuar no discernimento de espíritos humanos, atitudes e necessidades da vida dos santos. Outra pode ter mais discernimento para atividades demoníacas. Outras têm mais capacidade para discernir os dons e as manifestações de Deus, dentre aquelas que não são verdadeiras.

Exemplos bíblicos: I Rs 22:19-23; II Rs 6:16-17; Mt 9:4; Mt 16:15-17; At 5:1-10; At 13:9-12.

Fonte: Ezequiel Netto.

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